sábado, 29 de junho de 2013

Não Caiu a Ficha

Estou tomando a liberdade de reproduzir artigo publicado no jornal O Globo de hoje - 29/06/13 -, escrito pelo brilhante Senador Cristovam Buarque. Vejam se não é a pura realidade:
Não caiu a ficha
Cristovam Buarque
As surpreendentes mobilizações dos últimos dias podem ser explicadas em dez letras: "Caiu a ficha." Não se sabe exatamente o que levou a ficha a cair neste exato momento, mas todos os ingredientes já estavam dados. A maior surpresa foi a surpresa. Caiu a ficha de que o Brasil ficou rico sem caminhar para a justiça: chegou a sexta potência econômica, mas continua um dos últimos na ordem da educação mundial. Também caiu a ficha de que sem educação não há futuro, e de que, por isso, 13 anos depois de criada, a Bolsa Família continua necessária, sem abolir sua necessidade. Caiu a ficha de que em 20 anos de governos socialdemocratas e dez anos do PT no poder ampliamos o consumo privado, mas mantivemos a mesma tragédia nos serviços sociais, nos hospitais públicos e nas escolas públicas. Caiu a ficha de que o aumento no número de automóveis em nada melhora o transporte, ao contrário, piora o tempo de deslocamento e endividamento das famílias. Caiu a ficha de que o PIB não está crescendo e se crescesse não melhoraria o bem-estar e a qualidade de vida. Caiu a ficha de que, no lugar de metrópoles que nos orgulhem, temos "monstrópoles" que nos assustam. Caiu a ficha do repetido sentimento de que a corrupção não apenas é endêmica, ela é aceita; e os corruptos, quando identificados, não são julgados; e se julgados não são presos; e se presos não devolvem o roubo. E de que os políticos no poder desprezam as repetidas manifestações de vontade popular. Caiu a ficha de que o povo paga a construção de estádios, mas não pode assistir aos jogos. E de que a Copa não vai trazer benefícios na infraestrutura urbana das cidades-sede, como foi prometido. Aos que viajam ao exterior, caiu a ficha da péssima qualidade de nossas estradas, aeroportos e transporte público. Caiu a ficha de que somos um país em guerra civil, onde 100 mil morrem por ano por assassinato direto ou indireto no trânsito. Caiu a ficha também de que as mobilizações não precisam mais de partidos que organizem, de jornais que anunciem, de carros de som que conduzam, porque o povo tem o poder de se autoconvocar por meio das mídias sociais. A praça hoje é do tamanho da rede de internet, e é possível sair das ruas sem parar as manifestações e voltar a marchar a qualquer momento. Na prática, caiu a ficha de que é fácil fazer guerrilha-cibernética: cada pessoa é capaz de mobilizar milhares de outras de um dia para o outro em qualquer cidade do país. Mas, entre os dirigentes nacionais, ainda não caiu a ficha de que mais de dois milhões de pessoas nas ruas não se contentam com menos do que uma revolução. Mais de dois milhões não param por apenas 20 centavos nas passagens de ônibus. Eles já ouvem as ruas, mas ainda não entendam o idioma da indignação. Nem caiu a ficha de que só manifestações não bastam. É preciso fazer uma revolução na estrutura, nos métodos e nas organizações da política no Brasil: definir como eleger os políticos, como eles agirão, como fiscalizá-los e puni-los.

domingo, 23 de junho de 2013

E o Vermelho Virou Amarelo

O Brasil vive dias de mudanças com protestos pacíficos e também violentos por todos os lugares. Parece que a paciência do Povo, chamado por muitos de “Monstro”, se esgotou. Tudo é muito positivo, porque a mensagem foi enviada para todos aqueles que ocupam cargos eletivos neste país: “Queremos ser respeitados, ouvidos e verdadeiramente representados – Chega de roubalheira, corrupção e desmandos”.
Demorou, mas parece que o Governo tomou coragem e a mandatária mor foi à televisão num horário de pico de audiência – no meio do Jornal Nacional -, falar, explicitar, se colocar como ouvinte do clamor das ruas. “Estamos ouvindo as vozes das ruas” – dizia nossa presidente apertada num vestido amarelo ovo, ou sei lá o quê -, obviamente para fugir do vermelhinho básico do dia a dia, o que objetivava a dissociação completa com o vermelho PT, diga-se de passagem, bastante démodé nos dias atuais.
Nossa mandatária mor se mostrou bastante acuada e com aquele olhar de cachorro pequinês acusou o golpe, sem trocadilho, e assumiu a necessidade de mudanças; entretanto, com ajuda de marqueteiros, colocou o discurso em tom eleitoral vislumbrando o ano de 2014. Saiu atirando pra tudo o que é lado, o que é perigoso e, com isso, deixou muitos feridos pelo caminho. Diga-se de passagem, mentiu feio ao intuir que irá resolver o problema da saúde pública com a importação de milhares de médicos, assim como outras falácias escritas pelos camaradas do marketing.
A coisa está realmente mudando, vide a cor da roupa da presidente, que acendeu o sinal amarelo. Acho que esse discursinho requentado não consegue enganar a mais ninguém, por isso, as manifestações não pararam e não vão parar. Continuo a protestar quanto à violência, que já começo a achar veio encomendada para desmoralizar o movimento. Muito cuidado nessa hora para não cairmos na armadilha de alguns. A história vai e volta e não podemos nos esquecer da chegada ao poder dos nazistas na Alemanha, que vem bem a calhar. Tocaram fogo no parlamento e colocaram a culpa nos comunistas – abriram-se as portas para o golpe.
Temos um governo de esquerda, que se denomina popular e enche o povo de “bolsas” e assistencialismos com clara intenção eleitoreira. Se perpetuar no poder é o objetivo, não importando o quanto isso represente de sacrifício para a classe que sustenta o país com seus cada vez mais elevados impostos. A ideologia política controla hoje as entidades que deveriam representar os jovens universitários, com fartas mesadas do governo federal a calar-lhes as bocas.  Da mesma forma sindicatos e movimentos antes tão combativos comem a mão do governo federal e mamam as gordas mesadas. O mensalão das entidades!

A quem interessa as bandalhas e violência ao fim das passeatas? Pensem nisso e vamos protestar por uma saúde gratuita e de qualidade para todos, educação de qualidade e gratuita em todos os níveis e, nas próximas eleições, vamos mudar tudo escolhendo quem realmente nos represente. Acorda Brasil! 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Microrganismos Intestinais em Movimento – Protesta Brasil! Muda Brasil! Grita Meu Povo!

Há pouco mais de um mês escrevi uma postagem em que fiz uma analogia do Brasil com um grande elefante. Nesse elefante havia uns microrganismos que habitavam os seus intestinos – flora intestinal -, que chamei de povo. Ao final da postagem escrevi que a hora que o povo acordasse o cérebro do elefante, que representava o governo, iria sentir as consequências, pois ninguém suporta uma boa cólica ou diarreia.
Bem, não fui um visionário ao escrever tal postagem, mas sim sentia na pele toda uma indignação e, sempre acreditei que algo estava por acontecer. Entretanto, não era preciso ter superpoderes para ter a visão de que o “copo” estava transbordando e só estava faltando um estopim para desencadear todo um processo.
Foi o que aconteceu e o aumento da passagem do transporte público, aliado a violência gratuita da polícia acendeu a pólvora. Que bom! Estamos precisando de uma atitude forte para mostrar aos governantes e aos nossos “representantes” que existimos e somos quem ao final paga a conta.
O Povo nas ruas reivindicando assusta a todos e principalmente aos políticos. Temos uma grande batalha a ser travada para findarmos com a corrupção que assola todos os níveis do Brasil e, particularmente, lutarmos para elegermos pessoas que tenham condições de exercer mandatos de forma honrosa e digna, respeitando as opiniões dos eleitores, contribuindo para melhorar a condição de vida da população – com educação de alto nível para todos e saúde de qualidade e gratuita -, honrando cada centavo de imposto pago pelos cidadãos.
Os intestinos estão se movendo, porque a Flora = Povo está se mexendo. A “dor de barriga” já começou e o remédio exigido tem que ser bom, porque senão a diarreia não irá cessar.

Vamos mostrar a nossa força, lógico que sem vandalismo e respeitando sempre o direito do próximo.

Livros Interessantes

  • 1808 - Laurentino Gomes
  • 1822 - Laurentino Gomes
  • 64 Contos de Rubem Fonseca
  • A Cabana - William P. Young
  • A Farsa - Christopher Reich
  • A Teoria da Relatividade Especial e Geral - Albert Einstein
  • Agosto - Rubem Fonseca
  • Cidade de Ladrões - David Benioff
  • Como Vejo o Mundo - Albert Einstein
  • Dom Casmurro - Machado de Assis
  • GOG - Giovanni Papini
  • Mandrake: A Blíblia e a Bengala - Rubem Fonseca
  • Memórias Póstumas de Bras Cubas - Machado de Assis
  • O Andar do Bêbado - Leonard Mlodinow
  • O Círculo dos Mentirosos - Jean-Claude Carriere
  • O Imperador (4 Volumes) - Conn Iggulden
  • O Livro dos Livros Perdidos - Stuart Kelly
  • O Mestre de Quéops - Albert Salvadó
  • Para Ler Como Um Escritor - Francine Prose
  • Pós-Guerra - Tony Judt
  • Quem Somos Nós? William Arntz, Betsy Chasse, Mark Vicente
  • Rio das Flores - Miguel Sousa Tavares
  • Ser Feliz - Will Fergunson
  • Simplesmente Einstein - Richard Wolfson
  • Solar - Ian MacEwan
  • The Einstein Theory of Relativity - H.A. Lorentz
  • Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos - Rubem Fonseca