O Universo
O Universo que é em verdade o mundo
em que vivemos, onde está nosso planeta, nosso Sol e as estrelas que vemos à
noite no céu está em expansão. Assim como um balão de festas quando o inflamos,
o Universo se expande numa velocidade grande e nós que estamos no
"interior" desse balão acompanhamos as galáxias se afastarem.
As galáxias são aglomerados de
estrelas, planetas, satélites, cometas, rochas e tudo que resultou da formação
do Universo. Nossa galáxia é a Via Láctea, que tem o seu formato em espiral e
podemos dizer ser o "nosso cantinho" no Universo. As estrelas que
vemos ao céu escuro da noite são parte dos astros que habitam a Via Láctea e
porque não dizer nossos vizinhos. Apesar
de estarmos na mesma galáxia não estamos perto de outros astros como pode
parecer, pois as distâncias universais em nada se assemelham ao que temos em
nosso planeta, como por exemplo, a estrela mais próxima de nós, aquela que mais
brilha no céu escuro que é Alfa Centauro está a cerca de 4,4 anos/Luz. Em
termos universais isso representa pouco, mas em nossos parâmetros significa um
absurdo, ou seja, seriam 4,4 anos de viagem, mas viajando na velocidade da Luz
- 300 mil quilômetros por segundo. Até onde sabemos somente a Luz pode se
deslocar nessa velocidade.
Ao redor das galáxias existe a
chamada Matéria Escura. O que é esta Matéria? Até hoje não se sabe do que
exatamente é composta, entretanto, sabemos ser uma Energia que possivelmente
está levando o Universo a se expandir. E por falar novamente em expansão do
Universo, assim como o balão de festas, possivelmente existe um limite para
ela. E se existe esse limite o que acontecerá quando ele for atingido? O
Universo se rasgará assim como o balão de festas se rompe quando a borracha que
o forma se afina ao extremo até perder a contiguidade? Ou o Universo como num
movimento de "bate e volta" irá começar a se movimentar no sentido
contrário e da mesma forma que o balão de festas começará a murchar ou
encolher?
Todas as galáxias giram no chamado
sentido horário como um rodamoinho ao redor do seu centro. Apesar da expansão
do Universo, alguns modelos preveem que algumas galáxias estão em rota de
colisão com outras, assim como possivelmente vem acontecendo ao longo da
existência do Universo. A nossa Via Láctea parece estar com seus dias contados.
Contudo, ainda não há motivo para alarde, pois a possível colisão com a galáxia
Andrômeda - também em espiral -, deverá ocorrer daqui a 4 bilhões de anos,
próximo do fim de nossa estrela Sol, ou seja, provavelmente não existirá mais
vida em nosso planeta, ou se existir, não será da forma que conhecemos. Dessa
colisão surgirá uma nova galáxia e muitos planetas e estrelas serão "cuspidos"
para além da nova galáxia de forma aleatória.
Eis que surgiu a palavra aleatória -
ao acaso, sem controle -, que muito se aplica ao Universo. Pois então vejamos:
o nosso planeta que chamamos de Terra orbita um Sol e faz parte de um sistema
com mais 8 planetas, 4 próximo do Sol - Mercúrio, Vênus, Terra e Marte -, e 4
mais afastados e enormes - Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Existem ainda os
chamados planetas anões, como Plutão, Céres, Haumea, Makemake e Éris. Todos
esses planetas giram ao redor do Sol, assim como descreveu Nicolau Copérnico no
século XVI, em órbitas específicas. Por sua vez a Terra orbita o Sol, numa
distância que permite a existência de água na forma líquida - essencial à vida
-, como também propicia uma radiação solar favorável, protegida por uma
atmosfera que filtra parte dessa radiação. Não é por acaso que existe vida na
Terra, mas a vida só existe na Terra pelo simples fato desse planeta circular
ao redor do Sol na sua órbita específica, como também por ter como estrela um
Sol que consegue manter explosão em sua superfície queimando gás hélio
findável, num momento ainda com um tamanho e uma queima que favorecem a vida.
Vamos mais além nessa linha de
raciocínio. Onde está localizado o nosso Sistema Solar na Via Láctea? Está numa
região intermediária, nem muito ao centro, como também nem na periferia, de
forma que favorece o aparecimento da vida. Perguntas então nos atingem de forma
clara: a Terra foi colocada em sua órbita do Sol específica, como o Sistema
Solar foi "instalado" na região que ocupa da galáxia por determinação
de alguém? Óbvio que não e se estamos neste planeta, no Sistema Solar com o Sol
nas condições atuais e numa posição dentro da Via Láctea favorável é tudo obra
do aleatório, ou do acaso.
Existem "leis" que regem o
Universo e algumas delas já conhecemos, sabemos como funcionam, mas não
entendemos o porquê delas existirem. Essas "leis" parecem convergir
para um único ponto e deste ponto parecem surgir. Elas são exatas, precisas e
nos deixam tão confusos que certa vez o fabuloso físico Albert Einstein disse:
"Deus não joga dados com o Universo". Bem, venho falando de
aleatoriedade como posso explicar a frase de Einstein? As "leis"
estão aí, regem tudo, mas o aleatório seria o imponderável, assim como "um
livre arbítrio". O choque de duas galáxias não é algo planejado, mas pode
ser explicado; contudo, o resultado desse choque é o inesperado e desconhecido.
Tudo no Universo mira um único
objetivo, a Vida! Nós nos damos conta de nossas vidas e de todos os seres vivos
que habitam a Terra. Mas eu vejo isso de outra forma: a água do mar não seria
um "ser" vivo? Ou qualquer água não estaria viva? Não falo dos seres
que a habitam, falo na estrutura H2O, dois átomos de hidrogênio e um
átomo de oxigênio. De quantos átomos somos formados? Quantos átomos de
hidrogênio e de oxigênio têm agora, neste momento, em nosso corpo? Somos
constituídos por muitos átomos, onde o carbono forma as principais estruturas.
Qual a semelhança entre a água e nós, se todos somos seres vivos? Somos constituídos
por átomos que formam uma estrutura. Entretanto, nós somos seres aparentemente
mais complexos com vários sistemas, um verdadeiro Universo, só que nós temos
uma estrutura que se tornou superior, nosso cérebro. Ele foi se modificando a
ponto de nos tornar inteligentes, o que faz grande diferença. Contudo, a
simplicidade de uma molécula de água não faz dela uma estrutura inferior.
A vida é o resultado final das
"leis" que regem o Universo. Na Terra temos formas de vida que se
desenvolveram aleatoriamente através do processo de adaptação. Em Marte, onde
já conseguimos colocar um veículo que é um laboratório ambulante, não temos
vidas como as que temos aqui. Mas temos vida na areia vermelha que
aparentemente cobre toda a sua superfície. A areia é uma forma de vida aqui na
Terra como em Marte. Tudo está interligado no Universo e a vida que surge é
mutável e a forma que ela adquire é aleatória, como vários fatores
influenciando essa aleatoriedade.
Certa vez comecei a escrever algo em
que o título era a "inteligência é o problema". Por que o problema?
Porque adquirimos algo em nossos corpos vivos que nos leva a pensar em coisas
que não sabemos explicar. É um problema bom? Eu particularmente acho que sim,
mas tem gente que involuntariamente acha que não, pois acham que não devemos
questionar ou tentar entender a origem de tudo. A inteligência é o algo a mais
que surgiu em nossos corpos vivos ao longo de nossa evolução na Terra. Outros
seres vivos vagaram pela Terra e não existem evidências da presença da inteligência
nesses seres. Esses seres sucumbiram e se foram, assim como outros estão
sucumbindo enquanto espécies e nós, tão adaptados ao ambiente em que vivemos
também um dia sucumbiremos, pois a vida é mutável e o movimento que a rege é
aleatório.
O nosso Sol, esta estrela que nos dá
a possibilidade de termos os seres vivos como temos na Terra, também está vivo
e irá mudar, ou está mudando e irá sucumbir na forma que hoje o vemos. Mas como
o tempo é uma dimensão que juntamente com o espaço formam o chamado Espaço-Tempo,
ou Tempo-Espaço, que é curvo, tudo parece caminhar numa linha curva com direito
a mão de ida e volta, mas que no momento só caminhamos numa direção, a ida, a
expansão. Será que a singularidade do Tempo-Espaço hoje é resultado da expansão
do Universo, ou da direção em que tudo caminha? Conhecemos o passado armazenado
em nossas memórias e nos instrumentos que inventamos para armazena-lo. Mas o
passado distante não nos é acessível em nossos cérebros inteligentes.
Poderíamos viajar no Tempo por nossas mentes? Se o ar que respiramos tem átomos
e existe apesar de não o vermos ele está vivo e por que não poderia conduzir
nossos pensamentos? Nós produzimos energia quando pensamos e esta energia se
difunde.
Nosso Universo é vivo, está
interligado, sempre prepara condições para que a vida em suas várias formas
exista. Nós quando morremos na forma em que estamos apenas mudamos de condição.
Nossos átomos não morrem, mas eles vão servir de base para outras vidas. Nossos
átomos de carbono serão estruturas para proteínas, para alimentos, para formar
outros seres. Morremos como estrutura, paramos de pensar, a inteligência se
esvai, contudo, nossa estrutura se transforma e continuamos a fazer parte do
Universo.