Recentemente estive na Argentina e no Uruguai. Lá estava quente, não como aqui, mas para eles qualquer coisa acima dos trinta graus é considerada um calor muito forte. Por que estou falando disso, pois calor para nós, especialmente no Rio de Janeiro não é novidade alguma? Simplesmente porque fiquei surpreso, na Argentina, ao ver várias vezes na televisão, em telejornais e às vezes no meio da programação, alertas sobre o calor que iria fazer no dia seguinte e, orientando à população quanto ao risco de ficar exposto ao sol, como também o melhor horário para se exercitar e tudo mais. No alerta também incluía orientação especial para idosos e crianças.
Quando é que nós que vivemos no Rio de Janeiro, onde o calor bate recorde e chega a superar temperatura do deserto do Saara tivemos alertas à população como esses? Nunca! Calor excessivo, assim como frio extremo são problemas de saúde pública que podem implicar em danos severos, ou mesmo levar à morte do indivíduo. Então por que os governos municipal, estadual e federal nada fazem para alertar e orientar a população, que tem de aprender sozinha, ou melhor, sofrendo?
Um calor de quarenta e um graus centígrados pode matar um idoso que queira, por exemplo, fazer uma caminhada, ou mesmo sair às compras. Quantos idosos terão caído e ou mesmo morrido em terminais de ônibus quentes em nosso estado no mês de janeiro? Quantas crianças terão sofrido insolação, ou desidratação por exposição excessiva ao sol nos bairros da periferia?
Calor excessivo é problema de saúde pública e tem que ser tratado como tal. Assim como alertas sobre a dengue, alertas com orientações de como se portar nos dias infernais de verão têm que ser emitidos pela TV, rádio e internet. Entretanto, saúde pública no Brasil é um eterno “correr atrás do prejuízo” – só se faz alguma coisa quando já ocorreu o fato. Prevenção é uma palavra que não consta do vocabulário dos secretários e ministros da saúde no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário