domingo, 3 de abril de 2011

O Som do Silêncio

            Há muito se discute qual seria o som do silêncio. Mas o que é silêncio? Seria obviamente a falta total de som – isso existe? Sim, existe. Pergunte a um surdo que som ele ouve? Lógico, pergunte através de sinais... . Ele irá responder – através de sinais -, que não ouve nada, ou seja, silêncio total. Então, para os surdos, o som do silêncio é nada, ou aquilo que ele sente ao tentar ouvir. E para nós, que ouvimos – alguns mais, outros menos -, como eu, por exemplo?
            Já experimentou alguma vez viajar a uma fazenda distante, longe da civilização, onde não tem estradas, ou caminhos por perto? Durante a noite, quando todos estão dormindo, inclusive os animais, que sons você ouviu? Um grilo lá, um sapo acolá e muito silêncio. A falta de som é tamanha que estranhamos e achamos que estamos a ficar surdos. Na verdade é nas cidades onde estamos a ficar surdos e não no meio do mato.
            A audição é um sentido. Não briguem comigo, eu sei que todos sabem disso, mas para cada sentindo que temos são necessários receptores para que possamos captar os estímulos. No caso da audição temos os ouvidos e todo um mecanismo de vibração – vou chamar assim -; no entanto, precisamos conduzir através de estímulo nervoso tudo que foi captado ao cérebro, que é onde verdadeiramente iremos ouvir. Entender e perceber os sons têm a ver com consciência e conhecimento, ou aprendizado. Na verdade quem ouve é o cérebro!
            Quer ver uma coisa? Quando estamos com nossa atenção voltada para algum fato que a prende de forma exclusiva, mesmo que existam pessoas falando ao nosso lado, ou mesmo com a gente, nós nada ouvimos. Já aconteceu isso com você? Comigo várias vezes. Podemos desligar momentaneamente nossa audição e nada ouvirmos, mesmo com nossos ouvidos e instrumentos auditivos funcionando normalmente. O cérebro faz isso.
            O silêncio tem som, que é o som do silêncio, mas para o ouvirmos temos que estar em pleno afastamento do mundo moderno, ou numa câmara inviolável e, estarmos atentos, ou com o cérebro ativado para ouvir – o que chamamos prestar a atenção. Aí sim ouviremos o som do silêncio, que é o som do nada a se ouvir, mas que existe como som.

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