A Sibutramina é um fármaco que está no mercado há mais de 10 dez anos e tem uma ação saciatógena (aumenta a saciedade, que é a sensação de estar alimentado), não anorexígena, que tem sido um grande auxiliar no tratamento da obesidade. Muito prescrito por nós endocrinologistas e metabologistas, pois sempre foi muito bem tolerado pelos pacientes, com poucos efeitos colaterais e não causa dependência física, como os anorexígenos, por exemplo.
Podemos dizer que os resultados desse estudo SCOUT, que mostrou um aumento no risco de infarto do miocárdio não fatal e de acidente vascular encefálico de 16% no grupo que utilizou o medicamento, veio nos trazer preocupação, pois temos um grande número de pacientes utilizando a medicação e por não termos grandes opções medicamentosas para auxiliar no tratamento da obesidade. As recomendações do FDA e ANVISA são para que num primeiro momento se evite o uso da medicação em pessoas com potenciais riscos de infarto ou acidente vascular cerebral, como, por exemplo, em diabéticos e hipertensos.
Na publicação do British Medical Journal (BMJ) de 25 de janeiro, na coluna de "novidades", o título da publicação já diz tudo: "Withdrawal of sibutramine leaves European doctors with just one obesity drug" – A retirada da Sibutramina deixa os médicos Europeus com somente uma droga para usar na obesidade. Sim, apenas um medicamento para ajudar no tratamento da obesidade.
A pergunta que não quer calar – Por que a ANVISA não proibiu até hoje a comercialização das Anfetaminas (anorexígenos) em nosso território? São drogas extremamente perigosas, que podem desencadear surtos psicóticos, além de aumentar o risco cardiovascular e de causar dependência física. Por quê?
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