Isso não é novidade! A humanidade está engordando! Até onde iremos? Hoje está claro que nós, os seres humanos, estamos nos tornando redondos, roliços, "rolhas de poço", ou qualquer outro adjetivo que bem se enquadre. O que estará acontecendo?
Um apressado irá logo responder: - ah, comida demais... . Sim, comemos demais, mas não é somente isso. E aqueles que também comem demais e não engordam? A resposta está no código genético, lógico que não somente nele, mas principalmente naquilo que nossos antepassados - e bota antepassados nisso - nos passaram através dos genes. O que é então?
Para chegarmos ao ponto em que chegamos hoje, seres humanos que dominam o planeta Terra, nossos antepassados tiveram que conviver com períodos difíceis. Viveram períodos de escassez de alimentos, quando tinham que fazer um grande esforço para que pudessem conseguir se alimentar e mesmo escapar das armadilhas da natureza. Por isso a nossa genética, que é adaptativa (teoria da seleção natural e evolução das espécies de Charles Darwin) desenvolveu em nosso corpo um mecanismo para poupar energia. Este mecanismo, que podemos chamar de resistência à ação da insulina, nos ajudou a chegar até aqui. A resistência à insulina funciona bem poupando energia quando passamos fome e temos que fazer esforço físico, mas não quando temos comida ou calorias em excesso e praticamente não fazemos atividade física (carros, ônibus, trens, esteiras e escadas rolantes, elevadores e etc.).
Por isso, como qualquer indivíduo cuidadoso com suas finanças faz, o nosso organismo economiza aquilo que nos sobra, ou seja, energia sob a forma de gordura, porque o organismo não sabe quando irá precisar lançar mão dessa energia, ou dessa poupança num provável futuro período de carência.
Então, com esse acúmulo de energia sob a forma de gordura passamos a ficar obeso, hipertensos e diabéticos, o que leva a natureza a seguir o seu curso de uma forma cruel, nos preparando para uma morte que envolva um mecanismo cardiovascular (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral).
O estilo de vida atual é inadequado à grande parte da população mundial. Existe uma incompatibilidade entre a nossa genética (o herdado de nossos antepassados) e o mundo de hoje. Com o organismo preparado para poupar energia e o meio ambiente rico dessa energia, o resultado não poderia ser diferente. Estamos vivendo uma pandemia de obesidade e de diabetes que assola todos os continentes, não deixando de fora nem países ricos e desenvolvidos, o que torna imperativo uma política mundial de combate à obesidade e ao diabetes.
Mas como evitar o pior? Já que existe uma incompatibilidade entre a nossa genética e o meio ambiente, só existe uma resposta: Mudar o estilo de vida! Devemos comer menos tanto em valor calórico, quanto em quantidade; consumir um maior número de alimentos ricos em fibras (vegetais) e principalmente aumentar o gasto de energia através da atividade física regular.
Programas de saúde pública que implementem ações junto à população orientando quanto a uma forma correta de se alimentar e o estímulo às práticas de atividade física em locais públicos, podem diminuir o número de casos de obesidade, como também de hipertensão arterial, diabetes e como conseqüência, diminuir o número de casos de doenças cardiovasculares.
Comer bem (menos calorias e quantidade e mais qualidade) e gastar energia através da atividade física pode nos levar a escapar da morte cardiovascular precoce.
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